Uma palavrinha sobre a água
Quando pensamos em formas saudáveis de nos nutrir, costumamos não dar muita importância para a coisa mais importante de todas. Somos compostos por 70 a 75% de água, que atua em nosso organismo de diversas formas, como dar sustentação aos órgãos, ao volume do sangue e ao processo digestivo, além de possibilitar as milhares de reações químicas que são produzidas no corpo e diluir e eliminar o que é lixo.
Vou apelar aos universitários para ver se consigo dimensionar um pouco o quanto não podemos negligenciar esta questão com nossos lhos. Dr. Edmond Saab Jr. escreve em seu livro sobre o assunto: “Normalmente não ingerimos água o su ciente, o que faz com que nossa “máquina” se torne cada vez mais repleta de toxinas. Observemos o cérebro, que é composto por 70% água, o sangue, por 80%, e os pulmões, por aproximadamente 90%. Quem carrega o oxigênio e os nutrientes para todas as partes do nosso organismo? É o sangue, correto? Quem oxigena esse sangue para ser levado a todas as nossas células é o pulmão, composto por 90% de água. E quem possibilita a absorção dos nutrientes oriundos da digestão para dentro do sangue para serem levados a todas as células? É a água.”
A falta de água diminui a capacidade de concentração, podendo afetar o raciocínio e reduzir a memória em curto prazo. Sabe aquela pausa para o cafezinho no trabalho, naqueles momentos em que nada mais funciona acima do seu pescoço? Talvez seja mais produtivo diminuir as paradas para o café, que é diurético, e aumentar as idas ao bebedouro para dar um bust no seu cérebro.
Dito isso, pense em como as crianças hoje em dia não só não tomam água o su ciente, como o quanto dos líquidos que elas ingerem, em substituição, são cheios de substâncias nocivas, como corantes, conservantes, adoçantes, açúcar etc. Os sucos industrializados e os refrigerantes ocupam um lugar que deveria ser central para o bom funcionamento do organismo que é a hidratação correta. Eles não só não substituem o papel da água, como pioram o estado de intoxicação do organismo.
Hidratação é um assunto sério, mas se você não souber brincar com ele, não vai ter médico que convença seu pequeno camelo a ingerir meio copo d’água, que seja. Você pode encabeçar a disputa do copo d’água, lembrando que um pouco de competitividade compensa os resultados pra saúde.
Fixe um pedaço de papel na cozinha, ao lado de seu litro de água, com os nomes de todos da casa, na vertical, e os dias da semana, na horizontal. A cada copo d’água que cada um beber, marque um risquinho no dia correspondente. Ao final da semana (ou do dia, pra incentivar mais o começo), vocês somam e descobrem quem ingeriu água, que poderá ganhar alguma espécie de prêmio. Não é pra premiar com brinquedos ou, muito menos, guloseimas. É algo mais singelo, como escolher um jogo para brincar no m do dia, ir dormir 15 minutos depois, ganhar uma historinha a mais na hora de dormir. Se você ganhar pode pedir algo como um abraço apertado de absurdos 2 minutos inteiros, ou 15 minutos a mais na cama no domingo (você sabe o quanto isso é indescritivelmente valioso!). Uma forma prática de fazer esse jogo é com aqueles copos de plástico descartáveis de material duro e transparente. De manhã, cada um tem seu nome escrito com canetinha num copo, que será seu até o m do dia (o que diminui aquela pilha de copos sujos espalhados no m do dia). Cada copo d’água ingerido você marca um X no copo. No m do dia é só somar os X pra saber quem foi o campeão da aqua-gincana; e o copo pode ser lavado e reutilizado várias vezes antes de ir para o lixo reciclável (mãe eco-chata não brinca em serviço).
Outra alternativa interessante é enfeitar uma squeeze de formas divertidas, como fazer uma carinha com caneta permanente, ou colocar um canudinho daqueles que fazem voltas e curvas malucas. Iniciem a sua coleção de squeezes maravilhosos (pode ser tão divertido quanto a coleção dos famosos carrinhos e bonecas minúsculas), e espalhe-os por lugares estratégicos: sala, carro, mesinha de cabeceira. Conte, em doses homeopáticas, algumas das propriedades da água. No meio da brincadeira de carrinho, a garrafinha é o cano do posto de gasolina, e está na hora de abastecer “carro”. Se a criança está “trabalhando”, pausa para o “cafezinho” no escritório. As bonecas podem ter sede de vez em quando, e a garrafinha servirá para a “mamãe” também. E não deixe seu lho usar a desculpa da crise hídrica para não consumir água, como o meu usa para não tomar banho: “Mamãe, é muito antiecológico tomar banho todos os dias!”.